No artigo anterior eu escrevi sobre a origem do Management 3.0 e a partir de agora vou começar a escrever sobre as 6 visões, Pensamento Complexo e Gestão e Liderança (não necessariamente nesta ordem). Então vamos à isso!
Quais são as principais questões que gestores fazem hoje em dia?
Como motivar a equipa?
Como conseguir que as equipas tenham “accountability”?
Como melhorar a colaboração?
Como podemos mudar as pessoas?
Essas são algumas questões que trouxe para reflexão, que são legítimas, mas as questões que os gestores deveriam fazer é:
O que estou a fazer de errado?
Qual exemplo que estou a passar para a equipa?
O que eu tenho que mudar em meu comportamento?
Novamente existem outras questões a serem colocadas, mas eu só trouxe algumas na ordem que eu acredito serem prioritárias.
Se (ou quando) um gestor começar a fazer essas questões, pode ser o 1º passo para ele começar a se tornar líder. Digo isso porque não necessariamente esta pessoa vai tomar alguma ação, mas ao menos começou a pensar no tema e que pode existir melhorias nela mesma.
Vamos supor que o gestor começou a se questionar e está a tomar medidas para se tornar um líder, mas ele se se sente confuso e questiona:
“Qual a diferença entre gestor e líder?”
Excelente questão! Vou responder daqui a pouco, mas antes quero partilhar a origem das palavras Manager e Leader.
A origem da palavra Manager é italiana: MANEGGIARE, “manejar”, especialmente “manejar, controlar um cavalo”, do L. MANUS, “mão”. E em inglês foi traduzida para “to manage”.
A origem da palavra Líder tem várias origens como: Latim AUCTORITAS, “ordem, opinião, influência”. Inglês LEADER, “guia, chefe”. Germânico LAITHJAN, “chefiar”.
Se continuarmos a pesquisar, vamos perceber que existem vários sinônimos das duas palavras e que pensar direito, elas podem ser a mesma coisa, praticamente. Mas não são.
Nas aulas de Management 3.0 que ministro, eu coloco os participantes em dinâmicas de grupo para que eles apontam o que é ser gestor / líder, depois disso fazemos uma discussão em grupo e ao final eu apresento imagens para tangibilizar o que é gestão e o que é liderança (na minha perspectiva).
Nas imagens abaixo fica fácil identificar o gestor e o líder, pois não?
Um líder, ao perceber uma situação de risco, problema, constrangimento é a primeira pessoa a dar o passo a frente para lidar com ela. Como fez o Capitão Steve Rogers ao se arremessar na granada para salvar seus colegas (Capitão América).
Já o gestor, está a trabalhar para atender aos seus próprios objetivos e utiliza a equipa como meio para isso. Como fez o Waternoose em arquitetar e executar um plano de geração de energia ao custo do medo das crianças (Monstros SA).
Então quer dizer que ser líder é bom e ser gestor é ruim? Não é por aí! O que se passa é que “criaram” estes arquétipos de que ser líder é bom e gestor é ruim. E podemos ter pessoas boas e ruins em ambas as posições.
No Workshop de Management 3.0, eu apresento as diferenças de gestão como Management 1.0, Management 2.0 e Management 3.0, que vou explicar logo abaixo.
Henry Ford é um dos exemplos que utilizo como referência de MGT 1.0, pois na sua época, o modelo de gestão era: Somente o CEO pensava, os demais funcionários executavam.
No Brasil temos um ditado popular para essa frase que é: “Manda quem pode, obedece quem tem juízo.”
Como referência de MGT 2.0, eu apresento o filme Tempos Modernos de Charles Chaplin pois o modelo deste tipo de gestão era (e ainda é): O CEO pensa, o Gerente controla e os funcionários trabalham.
Também foi nesta época que alguns institutos e modelos de gestão foram criados como PMI ,ISO, Prince2, e etc. Pumba, foi daí que nasceu o “comando e controlo” e que os funcionários são recursos (facilmente descartáveis e substituíveis).
Como referência de MGT 3.0, eu apresento o livro Drive, do Daniel Pink pois no livro ele aborda o tema de liderança mas principalmente aborda as motivações intrínsecas do trabalhador do conhecimento. O Daniel Pink cita os 3 principais “combustíveis” destes trabalhadores: Autonomia, Propósito e Maestria (Excelência).
Entretanto, o que muda (ou deveria mudar) na gestão MGT 3.0 é que entendemos que todos pensam e as idéias de todos devem ser ouvidas, ponderadas e algumas pessoas da liderança exercem o papel de “decision makers”. Ou seja, existem pessoas que tomam a decisão final mas mudamos o modo top-down de tomada de decisões.
‘É “óbvio” que não é tão simples assim e não se muda a cultura da empresa e das pessoas de um dia para o outro. Mas já é um excelente passo a dar se desejarmos ser “gestores maus” e quisermos “bons líderes”.
Para concluir, gostava de deixar a nota que a gestão é bem vinda e deve ser feita, mas da maneira correta. No Workshop de Management 3.0 eu abordo este tema e apresento cases/experiências para ajudar a tangibilizar.
Mas fique tranquilo pois ainda vou postar mais artigos de Management 3.0 que abordaram um pouco este tema e muitos outros.
No próximo artigo eu vou escrever sobre Pensamento Complexo e nos outros depois, sobre as práticas das 6 visões, partilhar experiências e cases para que percebas como o Management 3.0 pode contribuir com a sua carreira, com o crescimento da equipa e empresa.
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Até breve.
Referências:
Autor: Ricardo Caldas
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